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Gauchão aberto. O Gre-Nal será eletrizante

leonardo-meneghetti-colunistaQuando se diz que o Inter só dominou o Grêmio quando havia 11 contra dez em campo não está se dizendo toda a verdade. O primeiro fato relevante é que já no começo do segundo tempo a supremacia era vermelha. Mais: a expulsão de Geromel foi consequência de uma ação do treinador colorado. Ao colocar Valdívia, Diego Aguirre desmontou a sólida defesa tricolor. O meia-atacante precisou ser parado com falta, pelo zagueiro gremista, quando se encaminhava área adentro para concluir. Portanto, a expulsão, justa e óbvia, foi resultado da superioridade do Inter naquele momento.

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O título regional segue aberto e completamente indefinido. Antes do primeiro jogo, o empate seria ótimo para o Inter. Depois, ficou amargo. Antes do jogo, a igualdade seria ruim para o Grêmio. Depois, passou a ser celebrada. A vantagem tricolor, de jogar por empates com gols, é significativa. E Felipão sabe se utilizar destes critérios do regulamento. O fato é que o Grêmio deverá estar vivo e com chances de título durante os 90 minutos do jogo no Beira-Rio.

Para o Inter dois aspectos são importantes. O mais óbvio é o de jogar em casa. A história mostra que é mais fácil de se ganhar um clássico nos seus domínios do que no estádio do rival. O outro aspecto relevante é o segundo tempo colorado na Arena. O Inter encurralou o Grêmio de tal forma que parecia aquelas brincadeiras de meia-linha. Foi uma pressão impressionante. Aliás, penso que foi exagerado e arriscado o excessivo encolhimento do time de Felipão na segunda etapa. Já vimos dezenas de vezes equipes com um jogador a menos atuarem em condições de igualdade com o adversário e até alcançarem vitórias. Naquele momento, o Grêmio pareceu assustado.

Sim, estou dizendo que o Inter foi melhor neste primeiro clássico. E por uma razão evidente. Quando foi superior em campo, no primeiro tempo, o Grêmio não criou chances de gol tão claras quanto o adversário. O Inter emparedou o rival.

A favor do Grêmio também está a proximidade do confronto colorado pela Libertadores. Por mais que tentem dizer o contrário, é fato que o clube como um todo já projeta o Atlético-MG. É a competição mais importante do ano. Ao contrário, o Tricolor está focado, mobilizado apenas para o Gauchão, transformado publicamente em sua Copa do Mundo.

Todos estes ingredientes, com exceção da desnecessária manifestação do diretor de futebol César Pacheco, nos encaminham para um grande clássico no Beira-Rio. Pacheco, dirigente experiente e vencedor, desafinou no discurso. Usa os mesmos recursos de um quarto de século atrás, aquele blá-blá-blá para condicionar a arbitragem, estatísticas esdrúxulas e coisa e tal. O futebol ainda tem disso. Mas ainda bem que prevalecem as qualidades de Marcelo Grohe, D’Alessandro, Giuliano, Valdívia, Luan, Aranguiz, etc…prevalece a boa relação entre Felipão e Aguirre, e, principalmente, vigora uma contagiante paz ente as torcidas. Vamos lutar por ela.

Última linha: treinem pênaltis, gremistas e colorados!

Jornalista esportivo desde 1986, Leonardo Meneghetti foi repórter de rádio, TV e jornal e está no Grupo Bandeirantes desde 1994. Foi coordenador de esportes, diretor de jornalismo, e, desde 2005, é o diretor-geral da Band-RS. Diariamente comanda “Os Donos da Bola”, na Band TV.

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