O chumbo grosso trocado entre o ex-senador Demóstenes Torres e o senador Ronaldo Caiado (DEM-GO) empacou as negociações de fusão do DEM com o PTB. Demóstenes – que acusou o senador de receber dinheiro do bicheiro Carlos Cachoeira – mostrou ainda desfrutar de credibilidade no DEM: integrantes do seu antigo partido temem que as acusações inviabilizem o projeto presidencial de Caiado em 2018.
ANÚNCIO
Vínculo ameaçado
As negociações da fusão PTB-DEM estão vinculadas à candidatura de Ronaldo Caiado à sucessão de Dilma.
Quem manda
A fusão DEM-PTB é estimulada pelo prefeito de Salvador, ACM Neto, e por Cristiane Brasil, filha de Roberto Jefferson.
É o bicho!
Demóstenes também acusou Ronaldo Caiado de ter sido bancado pela OAS, empreiteira enrolada no Petrolão. O senador negou indignado.
ANÚNCIO
Vídeo-selfie
Enquanto o pau come solto no plenário, vários deputados se dedicam agora à nova mania na Câmara: vídeo-selfie. Falta do que fazer.
Governo ‘esqueceu’ de investir bilhões do FGTS
O bilionário Fundo de Infraestrutura (FI) do FGTS, que acumula R$ 35 bilhões em caixa, passou meio ano sem se reunir nem avaliar projetos de investimento que poderiam ter gerado empregos e renda. Em 15 meses, apenas um projeto foi aprovado no fundo FI: da CCR Rodovias, controlada pelas notórias Camargo Corrêa e Andrade Gutierrez, no valor de R$ 600 milhões. Os recursos do FI são privados (das contas do FGTS dos trabalhadores), mas a gestão é pública, da Caixa.
Motivos da paralisia
Empresas interessadas no FI se enrolaram da Lava Jato. E outras, grandes, como JBS, desistiram dos projetos, inseguras com o governo.
Mosca-morta
Dyogo Oliveira saiu sob críticas e ironias da presidência do fundo FI, segunda-feira (30), após inacreditáveis cinco meses (!) sem se reunir.
Quem manda?
Vice-ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira confessou a um vice-presidente da Caixa, certa vez, não saber “quem manda” no governo.
Na fila da Lava Jato
Impressiona que a cúpula da Odebrecht continue praticamente a salvo das operações da Lava Jato, apesar das inúmeras referências do seu envolvimento no escândalo de corrupção na Petrobras. Mas fontes ligadas à força-tarefa sugerem que a vez da empreiteira vai chegar.
Borocoxô
O abatimento de Dilma, realçado pela súbita perda de peso, chamou atenção na posse do ministro da secretaria de Comunicação Social, Edinho Silva. E também o fato de o empossado não haver discursado.
Cabeça baixa
O ministro Joaquim Levy (Fazenda) saiu de cabeça baixa do Senado, onde defendeu o arrocho. Solidariedade só de um único integrante de sua claque: “Vai que é tua, Levy!”, bradava o crente solitário.
Medo das ruas
O PT reagiu à decisão de Antonio Imbassahy, vice-presidente da CPI, que agendou o depoimento de João Vaccari Neto para 9 de abril, dias antes da manifestação do dia 12 contra a corrupção no governo Dilma.
Samba da minha terra
Na reunião de líderes, o deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) usou uma música de Dorival Caymmi para ironizar o presidente da Câmara, Eduardo Cunha: “Quem não gosta de samba, bom sujeito não é”.
Script mal ensaiado
A oposição viu sinais de combinação no depoimento de Glauco Legatti, ex-gerente da refinaria Abreu e Lima, à CPI da Petrobras. O relator, Luiz Sérgio (PT-RJ), parecia estar lendo as perguntas pela primeira vez, enquanto Legatti trazia as respostas na ponta da língua.
Terceiro mundo
Milhares de clientes da Embratel estão sem telefone e internet desde o dia 25, causando grandes prejuízos, inclusive com empresas impedidas de emitir boletos e notas fiscais. E sem previsão de voltar ao normal.
João sem-braço
O sindicato das empresas de turismo do DF (Sindetur) envia cobrança de “contribuição obrigatória” a empresas sem funcionários, mas é esperteza: estão isentas, por decisão do Tribunal Superior do Trabalho.
Fundo do poço
Mesmo atolada na lama moral e financeira, a Petrobras propôs 13% de aumento para seus diretores. Excesso de lucro na produção de óleo de peroba.
Com Ana Paula Leitão e Teresa Barros
www.claudiohumberto.com.br