Não sei, realmente, se é para dar espetáculo. Sei que foi uma cena pesada a de Felipão carregando para cima do coitado do Francisco da Silva Neto. Não precisa mais disso. Mas é a adrenalina. Lembrei-me da cena patética de Vanderlei Luxemburgo brigando com um gandula. Essas figuras lendárias do futebol tem que saber separar o lúdico do ridículo. Foi triste. Como se o árbitro estivesse tomando algum tipo de iniciativa por torcer por time A ou B. Pobreza de espírito. Mas este é o futebol. De uma hora para outra o gentleman Felipão, que disse que torceria para o Inter contra o Emelec, protagoniza esta cena bizarra.
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Processo – Na entrevista em primeira mão para Rádio Bandeirantes, ontem à tarde, Francisco da Silva Neto disse claramente que vai processar Luiz Felipe Scolari. E que não aceita mais pedido de desculpas. Também afirmou que o pai é gremista doente. É a segunda vez que alguém do Grêmio carrega para cima do Chico.
Felipão – Se a gente somar tudo que ocorreu nos últimos tempos a carreira de Felipão realmente pode começar a ter um comprometimento maior. Não me refiro aos 7 a 1. Ali, embora o senhor José Maria Marin diga que a responsabilidade foi de Felipão e Parreira, eu acho que foi de todos que fazem o futebol brasileiro. Falo de episódios como abandonar a casamata, não falar depois do jogo contra o Ypiranga, chamar o árbitro de Chico Colorado, colocar 12 num time no treinamento, enfim, coisas que não condizem com a capacidade histórica de Luiz Felipe Scolari. No mais, acho que Felipão vai fazer time e pode ir até longe na Copa do Brasil. Felipão que, em determinado momento, dentro do clube, já sofria alguma contestação. Ainda acho que ele é o cara certo, mas é preciso ponderar.
Cálculo – Tenho sempre a mania de fazer cálculo para classificação. No Gauchão, para passar a próxima etapa, é preciso fazer 21 pontos. Para não cair 17 é certo que se salva. Dezesseis pode ser pouco. E para ficar entre os quatro, tem que chegar a 25, no mínimo. Vinte e seis é certo que dá. É preciso jogar a partir de agora. Ou capricha, ou dança.
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Esquema – O esquema que dá certo, nem sempre é o melhor. No Inter, muitas vítimas serão feitas. Anderson é a primeira delas. Em qualquer esquema, hoje, está sobrando. Alex pode virar ala esquerdo, pois no 4-4-2 não tem espaço. Também é alijado. Nico Freitas é outro que procura um lugar. Com dois zagueiros até poderia entrar, compondo com dois marcadores na meia cancha, mais Aránguiz e D’Alessandro. Com dois atacantes: Sasha e Nilmar. Vitinho sobra. Jorge Henrique será aproveitado eventualmente. E vai apertar ainda mais com Lisandro López. Por isso, Nilmar vai ter que se desdobrar. E Diego Aguirre também. Mas que a casa deveria ser fechada, ninguém tinha dúvida.
Caxias – Impressionante a situação do Caxias. Abandonou as divisões de base. Luta para não cair no Gauchão e ao mesmo tempo tem que se reanimar para jogar a Série C do Brasileirão. Vai ter que dar uma guinada muito grande para se recuperar.
Reservas – Muitos perguntam por que na Europa escalam sempre a base titular e aqui há a cultura de poupar. Uma que lá as distância são menores. E outra que o calendário é melhor distribuído. Mas é de pensar.
Jornalista com 29 anos de experiência em rádio, TV e jornal, Luiz Carlos Reche cobriu seis Copas do Mundo. Além do Metro Jornal, tem comentários na Band AM 640, BandNews e Band TV. Na AM, ainda apresenta o “Atualidades Esportivas 2a Edição” e o “Apito Final”.