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Escolhas

fernando-carreiro-colunistaEscolhas dizem muito sobre as pessoas. E sobre governos e ações políticas, também. O presidente norte-americano, Barack Obama, esteve nessa terça na Arábia Saudita para encontrar o novo rei Salman e prestar condolências pela morte do rei Abdullah. Mas esse mesmo presidente não foi à França após o atentado à liberdade de expressão que custou a vida de 12 funcionários do jornal Charlie Hebdo, há poucos dias. A presidente Dilma Rousseff, em meio à crise energética, e com os inevitáveis aumento dos juros e cortes no orçamento,  preferiu não ir ao Fórum Mundial em Davos, na Suíça, para tranquilizar investidores. E foi a mais uma posse do presidente boliviano Evo Morales. Durante a campanha eleitoral, o marqueteiro da presidente Dilma, João Santana, optou por partir para cima dos adversários e não apenas defender propostas e projetos, como é comum a candidatos da situação e que concorrem à reeleição. Teve sucesso. A equipe que fez a campanha de Renato Casagrande, então governador do Estado e personagem da situação, também optou por abrir fogo contra o adversário e mantê-lo sob ataque durante três meses, sem mudança de estratégia. Não tiveram tanto sucesso quanto a equipe da presidente. Cada qual com suas consequências, são escolhas e devem ser respeitadas. Eleito governador, Paulo Hartung optou por cortar boa parte do orçamento de pastas com grande apelo social, como Esportes e Cultura. Poderia ter feito também outros cortes mais significativos, no número de cargos comissionados e secretarias (hoje, o número chega a 26!), por exemplo, e também em contratos de publicidade, cujos números, segundo orçamento do ano passado, chegam a vultosos R$ 58 milhões. O governador também escolheu nomear secretários de perfil técnico para algumas pastas e políticos para outras nem tão políticas assim, mas que, tradicionalmente, são usadas como trampolim eleitoral. São escolhas, e, é claro, devem ser respeitadas. Dilma escolheu não tirar do cargo a presidente da Petrobras, inundada de denúncias até a última gota de óleo. Prefeitos continuam gastando o dinheiro público como se não houvesse um amanhã de cortes e ajustes. Nós continuamos a tomar banho com o chuveiro ligado e lavamos carros e calçadas sem cerimônia. Uns assistem ao BBB, outros leem livros. Uns votam no PT, outros voam com tucanos. Uns acham que a crise na Petrobras é intriga da oposição, outros se aproveitam dela para fazer política. Há os que preferem a Seara e Fátima Bernardes, e há os que vão de Perdigão, Angélica e Luciano Huck. São escolhas que fazemos todos os dias, o tempo todo. Devem ser respeitadas.

Fernando Carreiro é jornalista especializado em comunicação eleitoral e marketing político.

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