Olá amigos do Metro, tudo bom? Como vocês sabem, o automobilismo é um esporte apaixonante, mas nem sempre tudo são flores. Assim como a vida, o esporte tem os dois lados, o da alegria e o da tristeza. Mas quero começar a minha coluna mandando os parabéns para o Christian Fittipaldi, que conquistou no domingo, ao lado do português João Barbosa, o título principal da United SportsCar aqui nos EUA.
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Esse é um supercampeonato de protótipos que reúne no calendário algumas das provas de endurance mais importantes dos Estados Unidos, como a 24 Horas de Daytona, a 12 Horas de Sebring e a Petit Le Mans, que fechou a temporada em Road Atlanta com uma corrida de 10 horas. O Oswaldo Negri Jr. mandou muito bem, também, e foi o 6º na classificação com o teammate dele, o John Pew. E ainda tem o Bruno Junqueira, que mandou ver numa outra categoria de protótipos. Essa turma não é mole, não. Os caras vão ficando velhos, mas acelerando como nunca.
Agora, vamos falar de um assunto chato. Tenho certeza que, assim como eu, o leitor do Metro ficou chocado com o acidente do Jules Bianchi no Japão. Ele é um cara muito legal que conheci na corrida de kart do Felipe Massa e estou rezando por sua recuperação. Apesar de toda a proteção que os carros modernos oferecem, salvando vidas nos últimos anos, a história mostra que há muita coisa a ser feita para evitar os traumas cranianos que já vitimaram tanta gente. Honestamente, as características do acidente no Japão foram tão particulares que não sei se alguma proteção teria evitado o que aconteceu. Mas de qualquer maneira é mais um acidente que coloca essa questão em pauta.
A IndyCar está bem avançada no que se refere a proteção da cabeça do piloto. Há um estudo para cobrir por completo o cockpit, mas algumas coisas já estão em desenvolvimento. No teste de pneus em Indianapolis, dias atrás, testei um difusor na frente do cockpit para evitar que algum pedaço de outro carro tenha contato direto com a mão ou com o capacete do outro piloto.
É algo sutil, fixado no cockpit logo atrás do volante, mas que muda a trajetória de alguma coisa que venha em nossa direção. Não é uma solução definitiva, mas já serve para colaborar nesse esforço de segurança. Sou favorável ao desenvolvimento de soluções que preencham também essa lacuna e, se necessário, cobrir o cockpit pode ser um caminho. É isso aí, amigos, forte abraço e até semana que vem!
Helio Castroneves, 39, nasceu em São Paulo e foi criado em Ribeirão Preto. É o piloto brasileiro com mais vitórias na Indy, com 29 conquistas, e venceu três edições da Indy 500 (2001, 2002 e 2009). Disputou em 2014 sua 17ª temporada na categoria e 15ª pelo Team Penske.