Os números parciais de São Paulo – 30 milhões de eleitores – e Rio de Janeiro – 11 milhões – sugeriam que Marina pudesse ultrapassar Dilma. Contudo, ao subir três pontos, Dilma ficou empatada tecnicamente com Marina. O PT comemorou o feito porque, na verdade, o que se previa era um novo salto de Marina, que teve, no período, maior exposição de mídia do que Dilma. O empate técnico, com possibilidade de vitória de Marina no segundo turno, reforça a ideia de que Dilma foi bem no debate Folha/SBT/Uol e que sua estratégia de explorar as contradições da candidatura de Marina vem dando certo. De sua parte, Marina cometeu alguns erros que cobram agora o preço: mudou o programa de governo por pressão do pastor Malafaia e de ambientalistas, não esclareceu a questão do avião que matou Eduardo e, por fim, não revela que lhe pagou R$ 1.600 mil por palestras dadas em lugares também não revelados. Esses temas foram bem explorados por Dilma e forçaram Aécio a sair da posição de não incomodar sua maior concorrente. Para Aécio foi péssima a entrevista dada no dia do debate pelo coordenador de sua campanha, senador Agripino Maia, que antecipou a informação de que o PSDB vai apoiar Marina no segundo turno. Com isso, Agripino deu a entender que a campanha de Aécio estava derrotada por antecipação, um erro crasso pelo qual Aécio está pagando um preço alto. O destaque da campanha até agora é que a disputa presidencial está sendo liderada por duas mulheres, ambas oriundas das esquerdas, mas precisamente do PT.
Carlos Lindenberg é jornalista, colunista do Metro Jornal e comentarista da TV Band Minas. Escreve no Metro Belo Horizonte.