Escrevi, na semana passada, que o modelo de gestão de Fábio Koff no departamento de futebol é enferrujado, que esfria o diretor político e dá excessivos poderes ao executivo de futebol. E terceiriza poderes demasiados ao executivo, independente de sua qualificação, experiência e trajetória vencedora. Talvez coincidência, na segunda-feira, o conselho deliberativo do clube criou a função de vice-presidente de futebol. Uma evidente demonstração de que ao executivo cabe cumprir o que lhe é determinado pelo poder político do clube. Acerta o Grêmio.
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A proposta partiu dos movimentos Grêmio Imortal e Grêmio Unido, este último o que elaborou o texto final para aprovação. Observe, prezado leitor, como é importante a oxigenação de ideias nos clubes. O Grêmio tem nomes consagrados na sua política, dirigentes experientes e vencedores. E partiu destes movimentos a proposta que recupera uma figura importante no futebol. Por mais modernização e profissionalismo que o futebol precise, a figura política forte à frente do departamento de futebol é imprescindível.
O Grêmio Imortal e o Grêmio Unido colocaram o óleo necessário para que esta engrenagem volte a funcionar dentro da normalidade. Agora é só tirar um tanto da ferrugem e escolher as pessoas certas, com capacidade, experiência e currículo vencedor. E é óbvio que o clube tem dirigentes qualificados para esta função.
Embora a iniciativa não tenha partido da atual gestão, esta mudança é um trunfo para o presidente Fábio Koff ajustar seu departamento de futebol, colocar as peças do tabuleiro no local adequado e fechar o ano disputando o título da Copa do Brasil e uma melhor condição no Campeonato Brasileiro. Não perca tempo, presidente!
Inter – Abel Braga surpreendeu ao falar de briga pelo título, depois da quinta vitória consecutiva. E penso que foi interessante e saudável. É preciso que o time assuma esta responsabilidade de postulante. O Inter tem que acreditar que é possível encarar o Cruzeiro, além do Corinthians, que também está na disputa. Não pode se acomodar como participante do campeonato, como um time que se contenta com vaga na Libertadores. A vaga é consequência. Não pode ser objetivo!
É evidente que para seguir nesta briga pela primeira posição terá de jogar mais. O retrospecto recente é impressionante. Cinco vitórias, uma delas em cima do rival, e nenhum gol sofrido. Depois da parada da Copa do Mundo é o melhor aproveitamento do Campeonato Brasileiro. Mas ainda há uma dose de irregularidade, acentuada nos confrontos pela Copa do Brasil.
O Inter, por exemplo, perdeu para o Corinthians jogando bem. E ganhou do Goiás sendo burocrático. Apesar desta instabilidade e da injustificável eliminação prematura da Copa do Brasil, a campanha de Abel Braga no Brasileirão merece elogios.
Jornalista esportivo desde 1986, Leonardo Meneghetti foi repórter de rádio, TV e jornal e está no Grupo Bandeirantes desde 1994. Foi coordenador de esportes, diretor de jornalismo, e, desde 2005, é o diretor-geral da Band/RS. Diariamente, às 13h, comanda “Os Donos da Bola”, na Band TV. Escreve no Metro Jornal de Porto Alegre