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7 de outubro. Felipão foi contratado para este jogo

leonardo-meneghettiO Grêmio de Fábio Koff reincide no erro mais primário do futebol. A perda de tempo. A exemplo do ano passado, quando esperou o final da Copa das Confederações para trocar o treinador, repete a barbeiragem. E desta vez com estrelinha. Observe, prezado leitor: desde a lavada de 6 a 2 nos grenais e a eliminação na Libertadores, em 30 de abril, o time disputou sete jogos antes da parada na Copa do Mundo. Venceu três, empatou três, perdeu um. Acumulou um aproveitamento medíocre de 57% de pontos conquistados. Diante disso o que fizeram os dirigentes do clube com relação ao técnico: nada! Não foi tempo suficiente para observar que o time não estava evoluindo?

Optaram, mais uma vez, por esperar pela parada da Copa. Quarenta e cinco dias perdidos, se você contabilizar apenas a folga do Mundial. Pois, de fato, o Grêmio poderia ter trocado seu técnico ao final da Libertadores, a principal competição do ano, cuja desclassificação veio na sequência do vexame das finais do Gauchão. O novo treinador estaria trabalhando desde o começo de maio. Teria, portanto, muito mais chances de êxito no Brasileiro e na Copa do Brasil.

Fábio Koff, Rui Costa e Marcos Chitolina sonegaram esta possibilidade. Omitiram-se da decisão lá atrás. Foram passivos e não se envergonharam nem diante da trapalhada gremista contra o rival. Não aprenderam absolutamente nada com os erros do ano passado. Rodaram, de novo, na mesma matéria!

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Anêmica de resultados, a gestão Koff vai para o quarto treinador. Ou seja, um a cada seis meses. Não há convicção de nada, nem critério, nem planejamento. Rui Costa tem sido incompetente para contratar técnico. Não é recomendado que contrate nem o técnico-eletricista ou o técnico-contábil do clube! Seu trabalho deve ser vigiado, monitorado. Ele demorou muito tempo para perceber que Enderson não encaixou o time. Teve sete jogos, entre a Libertadores e a parada da Copa. E não viu que o rendimento do time era medíocre, insuficiente. Mais uma vez lhe faltou competência!

Desorientado, o departamento de futebol gremista movimenta-se conforme o vento. Sem direção e sem rumo. Por isso, o Presidente decidiu passar por cima de todos e ele mesmo contratou o novo técnico. Tal qual o salvador da pátria, Felipão chega para o Brasileiro, a Copa do Brasil; e principalmente os confrontos de outubro. Primeiro no dia sete, depois no dia 18, datas do primeiro e segundo turno da eleição para presidente. Ainda sem resultados, esta gestão precisava deste lance para seguir no poder. Uma jogada inteligente. E óbvia!

Felipão tem tudo para ajustar o time. O Brasileirão permite recuperação e a Copa do Brasil é o seu torneio preferido. Cabe ao presidente Fábio Koff facilitar a vida do departamento de futebol. Sugiro que compre algum instrumento para indicar a intensidade e a direção do vento. Uma biruta, uma ventoinha, um cata-vento ou o tal anemômetro. Quem bons ventos embalem o novo treinador, pois se depender da direção o cenário não é nada favorável.

Jornalista esportivo desde 1986, Leonardo Meneghetti foi repórter de rádio, TV e jornal e está no Grupo Bandeirantes desde 1994. Foi coordenador de esportes, diretor de jornalismo, e, desde 2005, é o diretor-geral da Band/RS. Diariamente, às 13h, comanda “Os Donos da Bola”, na Band TV. Escreve no Metro Jornal de Porto Alegre

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