O atual Fábio Koff que comanda o Grêmio é o genérico daquele Fábio Koff dos anos 90. Não ganha títulos. Quase não paga títulos. Não encontra soluções para recuperar a grandeza do clube. Nem a badalada estrela o acompanha. E olha que o Grêmio gosta deste papo de estrela, imortalidade, magia e coisa e tal. Os pênaltis adversários batem na trave e entram; os do Grêmio batem na trave e não entram. O que evidencia o apequenamento é a manifestação do presidente após a eliminação na Libertadores. “O saldo do ano não é tão negativo assim”.
Consequência dos cabelos brancos e da série de taças que colocou no museu do clube – na Arena ou no Olímpico, já nem sei onde ele fica – o fato é que a imprensa leva livre o presidente gremista. Como se o “doutor Koff”, respeitado magistrado, grande figura humana e maior presidente da história do clube, não pudesse ser criticado pela forma perdedora com a qual conduz o tricolor. Em 17 meses de gestão, o Grêmio de Koff não evoluiu meio centímetro na comparação com a gestão que o antecedeu – também perdedora.
A primeira barbeiragem desta gestão foi a renovação de contrato com Luxemburgo por dois anos. Com Luxemburgo, o Grêmio precisou da disputa por pênaltis na pré-Libertadores e só passou pela fase de grupos graças ao saldo de gols, critério de desempate com o Huachipato (isto é de comer ou passar no cabelo?). Era previsível: o tricolor seria eliminado na fase seguinte pelo Santa Fé (este time já ganhou o que mesmo?). Houve então a parada nos campeonatos durante a Copa das Confederações, mas Luxemburgo foi respaldado no cargo. “Ele terá todo tempo do mundo. É trabalhador. É a minha convicção”, disse Fábio Koff.
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“Todo tempo do mundo” durou dezesseis dias. Sem um jogo sequer, a convicção foi implodida antes mesmo do Olímpico. E Luxemburgo demitido. A aposta foi na estrela de Renato, que recebeu a chave do vestiário, do Olímpico, da Arena e talvez da OAS. Foi tratado como ídolo, tropeçou na soberba, melhorou o time, mas também não ganhou nada. A não ser uma vaga. Que já foi para o beleléu!
O Grêmio, que sequer disputou o título regional no ano passado, se anunciou interessado no Gauchão 2014. E, em dois clássicos, levou 6 a 2 do rival. Agora, acaba de ser empurrado para fora da principal competição do ano já na segunda fase. Um baita saldo negativo. Se o presidente está conformado com o vexame diante do rival vermelho e a chegada apenas nas oitavas da Libertadores, penso que está sentado na cadeira errada.
O discurso combina com a prática. Koff montou o time com um lateral insuficiente, sem um armador capaz de conduzir o time e sem um centroavante reserva. Nem os salários esta direção paga em dia! Esta gestão, por enquanto, fracassa. São 17 meses, seis competições sem título e apenas uma final disputada com fiasco. O Grêmio já está no terceiro treinador, ou seja, um a cada cinco meses e meio. Revisite sua história, presidente. Recupere seu estilo e cumpra as promessas de campanha. Ainda há tempo!
Jornalista esportivo desde 1986, Leonardo Meneghetti foi repórter de rádio, TV e jornal e está no Grupo Bandeirantes desde 1994. Foi coordenador de esportes, diretor de jornalismo, e, desde 2005, é o diretor-geral da Band/RS. Diariamente, às 13h, comanda “Os Donos da Bola”, na Band TV. Escreve no Metro Jornal de Porto Alegre