Ciência e Tecnologia

CEO da Nvidia não está otimista em relação à guerra da IA: “Todos nós vamos perder”

A corrida pela supremacia na inteligência artificial não é uma corrida de curta distância nem uma batalha global

Jensen Huang
Jensen Huang

E se o CEO da empresa que mais lucra com inteligência artificial dissesse que toda essa competição para dominá-la é inútil? Bem, foi exatamente isso que Jensen Huang, chefe da Nvidia, disse durante sua recente participação no podcast The Joe Rogan Experience. E não, não é uma piada.

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Menos Guerra nas Estrelas, mais maratona de domingo

Enquanto o mundo sonha em vencer a “corrida da IA” como se fosse a nova Guerra Fria, Huang baixa o tom e diz: “Não se trata de vencer. Trata-se de sobreviver.” Em suas palavras, imaginar a inteligência artificial como um jogo de soma zero — onde só pode haver um campeão — é uma visão equivocada do futuro.

Em vez de um grande momento Sputnik, em que alguém ergue o troféu, o CEO da Nvidia prefere compará-lo ao Projeto Manhattan, mas sem explosões ou segredos nucleares: um processo constante, com avanços que muitas vezes nem percebemos em nosso dia a dia. E se ninguém vencer?


Embora sua empresa venda os chips que literalmente impulsionam a IA no mundo todo, Huang se mostra cético em relação à narrativa da supremacia.

Seu argumento: a verdadeira competição não é sobre quem chega primeiro, mas sobre integrar a inteligência artificial de forma segura, ética e útil para todos.

E ele fundamenta isso com dados: a capacidade dos sistemas de IA aumentou 100 vezes em apenas dois anos. Mas, paralelamente, o trabalho envolvido na prevenção de mau funcionamento desses sistemas também cresceu. Em outras palavras, não se trata apenas de poder bruto: também é importante que eles não cometam erros ao diagnosticar doenças ou dirigir carros.

A IA como a eletricidade: ninguém a vê, mas todos a usam. Huang descreve um futuro onde a IA se torna tão comum quanto o Wi-Fi ou a eletricidade. Ela estará em todos os lugares: de hospitais a rodovias, mas de forma invisível e funcional, como uma nova camada de infraestrutura silenciosa.

Em vez de imaginar uma IA conquistadora, Huang fala de uma tecnologia que “simplesmente funciona” e que, no melhor cenário, as pessoas nem notarão, porque ela fará seu trabalho bem.

O “líder aumentado”: ​​humanos + IA

Neste mundo que ele propõe, não há necessidade de temer a IA. Pelo contrário. Segundo Huang, o que se precisa são líderes que saibam usar a inteligência artificial como uma ferramenta que aprimore seu julgamento, e não líderes que compitam contra ela. O famoso “líder aumentado”.

Será que ele está apenas promovendo sua própria agenda?

Agora, não sejamos ingênuos. A Nvidia é a maior fornecedora de hardware para treinamento de modelos de IA, então cada centímetro que esse mercado cresce é música para seus ouvidos... e dinheiro para seus cofres.

É por isso que alguns veem esse discurso como uma jogada estratégica para parecer sensato enquanto domina o mercado.

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Mas mesmo com esse viés, o alerta tem peso: em uma corrida onde todos competem para ser o primeiro, não há garantias de que alguém cruzará a linha de chegada... e mais de uma pessoa pode tropeçar feio pelo caminho.

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