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Amazon também caiu no jogo: seus animes têm dublagem gerada por IA e não contaram para ninguém

O que poderia dar errado?

Banana Fish
Banana Fish

No mundo do streaming, tudo acontece na velocidade da luz, mas parece que algumas decisões são tomadas tão rapidamente... que esquecem de avisar. E é exatamente isso que está acontecendo com o Amazon Prime Video, que ativou dublagens geradas por IA em vários animes populares sem avisar ninguém. Literalmente. Ninguém.

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“IA Beta”: o pequeno, mas significativo detalhe que entregou tudo

Tudo começou quando usuários atentos notaram que algumas opções de áudio no Prime Video estavam rotuladas como “IA Beta”.

Ao conferir séries como Banana Fish, No Game, No Life: Zero e Pet, os fãs perceberam algo estranho: os personagens soavam... diferentes, como se um robô estivesse tentando imitar um ator. E eles não estavam muito longe da verdade.


As dublagens em inglês e espanhol latino-americano foram geradas por inteligência artificial, o que provocou uma onda de críticas nas redes sociais e entre profissionais da dublagem.

Entre os primeiros a se manifestarem estavam atores como Daman Mills e Kara Edwards, que rapidamente denunciaram o que consideraram uma falta de ética e uma ameaça direta ao seu trabalho.

A Kadokawa, um dos estúdios japoneses envolvidos, respondeu rapidamente, afirmando que não aprovou nenhuma dublagem gerada por IA. Enquanto isso, a HIDIVE (plataforma que compartilha títulos com a Amazon) disse desconhecer essa implementação e que já estava investigando o ocorrido.

Amazon remove áudio de alguns filmes, mas não de todos

Após pressão pública, a Amazon removeu a dublagem por IA de Banana Fish e No Game, No Life: Zero. No entanto, segundo diversos relatos, outros títulos como Pet e o áudio em espanhol latino-americano de Vinland Saga permaneceram disponíveis com dublagem artificial até meados da semana.

O problema mais grave foi que, em alguns casos, como em No Game, No Life: Zero, os créditos finais ainda listavam o elenco original humano, mesmo que o áudio não tivesse nenhuma relação com eles. Uma mistura explosiva de desinformação e falta de transparência.

Um piloto experimental ou um sinal de alerta?

Em março, a Amazon já havia anunciado um programa piloto para dublagem por IA, mas o que ninguém esperava era que ele fosse aplicado diretamente a títulos licenciados sem aviso prévio.

O problema não é apenas técnico, mas também ético e legal. Pode uma plataforma modificar o áudio de uma obra licenciada sem consultar os criadores, atores ou distribuidores?

O futuro da dublagem: robôs ou respeito?

Este caso gerou um debate incômodo: as grandes plataformas podem substituir atores por IA sem consentimento? E quanto à propriedade intelectual, à obra artística e à experiência do espectador?

A inteligência artificial já está presente em todos os cantos da indústria do entretenimento, mas desta vez parece que alguém foi esperto demais... e sem dar o devido crédito.

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Plataformas como a Amazon deveriam ser proibidas de usar IA sem a permissão explícita dos proprietários e criadores? A discussão está apenas começando.

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