Ciência e Tecnologia

Um dos principais problemas da IA ​​ainda não tem uma resposta clara: o calor

Com o boom da IA, os centros de dados estão em polvorosa, literalmente

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Data center (hanacreative07/kribbox - stock.adobe.com)

À medida que a IA se torna mais inteligente, os servidores esquentam mais. E não, isso não é uma metáfora. Um dos maiores e menos glamorosos desafios da inteligência artificial é como manter os enormes data centers que a alimentam refrigerados.

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Porque, embora possa parecer um detalhe técnico menor, o calor é um dos calcanhares de Aquiles mais sérios dessa revolução tecnológica.

Quando os servidores superaquecem, tudo para

O exemplo mais recente foi tudo menos sutil: o gigante financeiro CME Group sofreu uma interrupção crítica que tirou do ar sua plataforma de negociação de moedas, futuros e outros ativos.


A causa? Uma falha no sistema de refrigeração de um data center operado pela CyrusOne, uma empresa com mais de 55 instalações em três continentes.

E por que tudo superaqueceu? Porque os servidores que processam IA são como fornos industriais: consomem quantidades enormes de energia e, em troca, geram quantidades monstruosas de calor. Se não forem resfriados adequadamente, podem entrar em colapso. E eles fazem.

Como se resfria um cérebro artificial?

Os métodos tradicionais de resfriamento a ar já não são suficientes. Por isso, muitos data centers começaram a investir em resfriamento líquido, que pode ser até 3.000 vezes mais eficiente que o resfriamento a ar.

Mas não é mágica: pode causar vazamentos, corrosão e aumento do consumo de água.

Algumas empresas estão inovando para evitar a dependência constante de água potável. A Microsoft, por exemplo, introduziu um sistema de reciclagem de água em circuito fechado, reduzindo o impacto ambiental e evitando custos adicionais com recursos hídricos.

E se o calor for inevitável, pelo menos deve ser reaproveitado. Alguns data centers já estão explorando maneiras de capturar esse calor residual para uso em aquecimento ou outros processos energéticos.

Recurso de centro de dados FNT SOFTWARE

Isso é comum?

A boa notícia: interrupções relacionadas ao calor são raras. Daniel Mewton, especialista em infraestrutura, explica que os data centers precisam operar com disponibilidade de quase 99,99%, portanto, falhas não são uma opção. No entanto, o aumento da demanda — impulsionado pela inteligência artificial — está levando muitos sistemas ao limite. E quando os servidores falham, os efeitos podem ser sentidos desde Wall Street até a sua próxima conversa com um chatbot.

Resfriar Data Centers é um grande negócio

Nem tudo são más notícias. A necessidade de resfriamento em larga escala levou a uma verdadeira onda de negócios.

Só em novembro, a Eaton anunciou a aquisição da divisão de sistemas térmicos da Boyd Corporation por US$ 9,5 bilhões, justamente para atender a essa nova onda de demanda impulsionada pela IA.

Um fato curioso? De acordo com estimativas jurídicas, até 40% do consumo de energia de um data center é destinado apenas ao resfriamento. Portanto, enquanto as máquinas esquentam, os negócios também.

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A IA pode resolver mil problemas, mas ainda não consegue se ventilar sozinha. E até que isso mude, manter a cabeça (digital) fria será um dos maiores desafios do mundo da tecnologia.

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