Descoberto em julho de 2025, o 3I/ATLAS é apenas o terceiro objeto interestelar confirmado na história, mas é o mais anômalo.
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Sua inexplicável aceleração não gravitacional, morfologia estranha e composição incomum levaram figuras como Elon Musk e Kim Kardashian a perguntar à NASA se é tecnologia alienígena, enquanto a ONU o utiliza para testar defesas planetárias.
Identidade anômala: o viajante mais rápido e misterioso
3I/ATLAS (formalmente designado C/2025 N1 (ATLAS)) foi detectado pelo sistema ATLAS no Chile e rapidamente confirmado como um objeto extraordinário em nossa vizinhança cósmica. Sua característica mais importante é sua trajetória hiperbólica e velocidade recorde (até 68 km/s próximo ao Sol), uma combinação que o liberta da gravidade solar.

Este objeto não é apenas o terceiro visitante interestelar confirmado depois de 1I/’Oumuamua e 2I/Borisov, mas também é o que gerou mais perguntas sobre sua natureza, dividindo a comunidade científica:
| Característica do 3I/ATLAS | Implicações e Origem |
|---|---|
| Aceleração não Gravitacional | Ele se move mais rápido do que a gravidade do Sol permitiria. A NASA atribui isso à sublimação de gases; outros, à propulsão interna. |
| Composição Rica em CO2 | Observações do JWST revelaram uma abundância incomum de CO2, sugerindo que ele se formou na região fria de outro sistema estelar, além do que seria esperado. |
| Trajetória Precisa | O objeto passará muito perto do raio de Júpiter em março de 2026. O físico Avi Loeb calcula que a probabilidade de uma trajetória tão precisa é de apenas 1 em 26.000, sugerindo uma manobra direcionada. |
Desmascarando o mito do tamanho: o Núcleo do Vaticano
Um dos maiores rumores em torno do objeto era seu tamanho colossal. Embora as especulações iniciais da imprensa o descrevessem como “do tamanho de Manhattan” (10-20 km), a verificação científica revelou uma realidade muito diferente, desmentindo o sensacionalismo.

Medições de alta resolução do Telescópio Hubble reduziram o tamanho do núcleo sólido a um diâmetro estimado de menos de 1 km.
Um núcleo desse tamanho tem uma área de superfície comparável ou ligeiramente maior que a área total da Cidade do Vaticano (0,44 km²).
O componente verdadeiramente colossal é sua coma (a nuvem de gás e poeira), que mede mais que o dobro do diâmetro da Terra (26.000 km), demonstrando que a confusão surgiu da dificuldade em distinguir a luz da coma da massa do núcleo.
A Controvérsia da Tecnologia-Firmeza e da Anticauda
O principal defensor da hipótese da tecnologia alienígena é o Dr. Avi Loeb, astrofísico teórico de Harvard e diretor do Projeto Galileu. Loeb argumenta que o comportamento de 3I/ATLAS não é o de um cometa natural.
Se a aceleração não gravitacional não for devida a uma coma massiva, deve ser a “assinatura tecnológica de um motor interno”.

O aparecimento de uma persistente “anticauda” (uma emissão de material apontando na direção do seu movimento, como se estivesse se defendendo) é inexplicável. Loeb sugeriu que isso poderia ser uma descarga de propulsão ativa ou um escudo eletromagnético projetado para “limpar” meteoritos e detritos de sua trajetória intergaláctica, atuando como um sistema de defesa ou de limpeza.
A controvérsia se intensificou quando a semelhança morfológica do objeto com estruturas representadas na arte antiga foi notada. Um afresco da Crucificação em Kosovo, de 1350, mostra dois objetos alados com “jatos” que apresentam uma semelhança impressionante com imagens modernas do 3I/ATLAS, o que alguns interpretaram como evidência de observação histórica não catalogada.

Monitoramento Oficial: de Hollywood à ONU
A especulação sobre o 3I/ATLAS transcendeu os círculos científicos e da cultura pop, alcançando os mais altos níveis de segurança e monitoramento internacional.
O objeto atraiu a atenção de figuras públicas como Elon Musk, que discutiu o potencial catastrófico de um futuro impacto, e Kim Kardashian, que tuitou para a NASA pedindo esclarecimentos. A NASA respondeu de forma tranquilizadora: “Não existem alienígenas. Não há ameaça à vida aqui na Terra.”
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Apesar da calma oficial, o 3I/ATLAS foi levado muito a sério. Documentos da Rede Internacional de Alerta de Asteroides (IAWN) da ONU confirmam que o objeto foi alvo do 8º exercício global de observação. Embora não represente uma ameaça, a ONU o utilizou para testar a capacidade da NASA e da ESA de rastrear e medir objetos anômalos e difíceis de definir (astrometria), elevando seu status ao nível de segurança internacional.

Em resumo, o 3I/ATLAS, o viajante mais rápido e anômalo de nosso tempo, tornou-se o objeto que, por sua natureza e pelas questões que levanta, está forçando a ciência a redefinir os limites entre o natural e o tecnológico no cosmos.

