Ciência e Tecnologia

CEO da Nvidia garante que não existe nenhuma bolha econômica relacionada à IA

Jensen Huang afirma que não existe uma bolha da IA, apenas um ponto de virada importante

Jensen Huang
Jensen Huang

Em Wall Street, alguns veem euforia; em Santa Clara, Jensen Huang vê inevitabilidade. O chefe da Nvidia afirma que a computação acelerada que sua empresa está vendendo em ritmo acelerado não é uma moda passageira, mas a plataforma que permeará tudo: do código às fábricas robotizadas.

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Seu otimismo impulsionou o mercado com ganhos superiores a 5%, embora o coro de dúvidas — clientes hiperconcentrados, acordos circulares e data centers com alto consumo de energia — continue forte.

A tese de Huang: três transições e uma única arquitetura

Para Huang, chamar a IA de “bolha” é perder o ponto principal. Seu roteiro tem três atos:


  1. migração de softwares clássicos (simulação, ciência de dados) de CPUs para GPUs;
  2. surgimento de novas categorias (assistentes de programação, agentes);
  3. O salto do virtual para o físico: carros, fábricas, robôs “aos montes”.

A chave, ele reitera, é que uma única arquitetura da Nvidia viabiliza os três e, portanto, alimenta uma demanda sustentada por infraestrutura nos próximos anos. Não é exagero, é realidade.

O fato preocupante: muitos ovos em poucas cestas

Os números comprovam a história… e as sobrancelhas arqueadas também. A Nvidia reportou receitas trimestrais de US$ 57 bilhões e reconheceu que 61% vieram de quatro clientes não identificados (pistas anteriores apontam para hiperescaladores como Microsoft, Meta ou Oracle).

Além disso, dobrou seus gastos com o leasing de seus próprios chips via nuvem para US$ 26 bilhões, com contratos que se estendem até 2031. E anunciou grandes investimentos na OpenAI e na Anthropic.

Para os céticos, essa rede de relacionamentos pode parecer circular: os mesmos players que compram capacidade recebem investimentos e compromissos de longo prazo. Se o retorno financeiro da IA ​​demorar a se materializar, a aterrissagem poderá ser abrupta.

Terreno, energia e concreto: o outro gargalo

Huang não se esquiva da logística: para que esse futuro se concretize, muitos data centers são necessários, com terreno, energia e financiamento. Segundo ele, a Nvidia já está formando alianças nessas frentes para que os gargalos não atrapalhem o processo. “Difícil, mas administrável”, promete ele.

Até os otimistas estão pedindo para ver os investimentos em infraestrutura de energia e cronogramas realistas antes de brindarem novamente.

A concorrência não está assistindo de camarote

Enquanto o H100 e seus sucessores vendem como água, Alphabet e Amazon estão acelerando o desenvolvimento de seus próprios chips e expandindo suas ofertas para os mesmos clientes da Nvidia.

Com o estoque esgotado durante boa parte deste ano (e provavelmente do próximo), alguns analistas se perguntam de onde virão as novas surpresas positivas. A lista de riscos — concorrência, custos, regulamentação, normalização da demanda — é longa, alertam.

Bolha ou maré alta?

Para a Nvidia, não estamos em 1999: trata-se de uma mudança de plataforma que reconfigura a forma como o software é construído e executado… e como o mundo físico é automatizado. Para os cautelosos, o roteiro depende de alguns clientes gigantes, margens ainda a serem comprovadas e uma demanda por energia que não pode ser resolvida com um único driver.

O único fato inegável hoje é que a IA já está movimentando números colossais e que a Nvidia está no centro das atenções.

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Se é uma bolha ou um ponto de virada não será decidido em um trimestre, mas sim pela capacidade dos casos de uso de irem além do PowerPoint e pagarem as contas. Por enquanto, Huang pede paciência; os investidores querem provas.

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