Ciência e Tecnologia

Por que Pokémon Legends: Z-A está expondo todas as deficiências da franquia?

Entre limitações técnicas, riscos mínimos e nostalgia em alta, este spin-off revela o que Pokémon prefere esconder debaixo do tapete

Pokémon Legends: Z-A
Pokémon Legends: Z-A

Trinta anos depois de “Gotta Catch ‘Em All”, a Game Freak continua vendendo milhões... e evitando inovar. Z-A é divertido, mais estável que Scarlet/Purple e traz de volta as Mega Evoluções com toques eficazes, mas, ao mesmo tempo, expõe o ciclo criativo: ambição distribuída aos poucos, tecnologia na medida certa e uma narrativa que não acompanha o ritmo do público.

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Lumiose City é linda... mas é o mapa inteiro

Ambientar Z-A exclusivamente em Lumiose City tem um porém. Por um lado, parece mais polido (ainda bem!), com áreas compactas, ciclos de dia/noite e uma variedade de Pokémon por setor. Por outro lado, perde a jornada regional que define a série principal.

Sim, concentrar esforços melhora o acabamento geral, mas também diminui a sensação de aventura que muitos esperam.


Combate em tempo real: mais adrenalina, menos estratégia

A grande mudança está aqui: adeus combate clássico por turnos, olá ação direta. O jogador controla o treinador, dá comandos em tempo real, usa ataques em área e esquiva como se fosse um RPG de ação.

O resultado? Batalhas mais rápidas e acessíveis, chefes com mecânicas divertidas (especialmente as Megaevoluções de Ferox)... e menos estratégia. Para alguns, uma ótima opção para relembrar os velhos tempos; para outros, um “Pokémon para jogadores impacientes”.

As megaevoluções retornam (e roubam a cena)

As Megaevoluções estão de volta com novas formas e batalhas espetaculares. Funciona: colecioná-las voltou a ser viciante, e os chefes estão incríveis. Mas também é sintomático: quando a coisa mais empolgante é reciclar a mecânica mais amada de 2013, a franquia parece confortável demais com o passado.

Aspectos Técnicos: Melhor do que antes, mas longe de ser deslumbrante

Boas notícias: Z-A não é o jogo cheio de bugs de 2022 e roda sem problemas (especialmente no novo Switch). Más notícias: muitos elementos parecem ultrapassados, as animações são discretas e o mundo raramente surpreende visualmente. É “bom”, mas não é inovador — e isso, neste ponto, é um grande problema.

História Sem Surpresas: Pokémon Ainda Fala em Voz Baixa

A trama gira em torno de um torneio (Z-A Royale), expansão urbana e coexistência entre humanos e Pokémon, com Ferox descontrolados para adicionar tensão. Funciona, sim; transcende, não. O tom permanece infantil e inofensivo, carecendo do salto temático que cativaria os fãs adultos a se manterem fiéis à narrativa. Zero riscos, zero sustos.

A gaiola dourada: o calendário mata a evolução

O problema não é o jogo: é a máquina Pokémon. A The Pokémon Company (Nintendo + Game Freak + Creatures) prospera com lançamentos frequentes, anime, cartas colecionáveis ​​e produtos licenciados. Com esse ritmo industrial, é difícil para a Game Freak experimentar e crescer tecnologicamente.

A transição para o 3D deixou isso cristalino; foi muito perceptível no Switch. E quando algo diferente surge (Legends), a mudança ainda está incompleta.

A concorrência já aprendeu novos truques

Enquanto Pokémon garante vendas, outros estão refinando a fórmula: Monster Hunter Stories eleva o combate por turnos com equilíbrio e narrativas mais maduras; Digimon Story: Time Stranger opta por sistemas e roteiros mais densos.

Até mesmo fenômenos “inspirados” (olá, Palworld) mostraram uma execução técnica melhor do que Scarlet/Purple. Eles não destronam o rei, mas certamente expõem suas deficiências.

Então... Z-A é bom ou apenas confortável?

Ambos. Z-A é divertido, corrige seus erros e revive ideias queridas. Mas também confirma o diagnóstico: Pokémon inova o suficiente para não falir.

Se a franquia quiser mais do que números obscenos, terá que ser mais ousada: mundos que surpreendem, histórias que crescem com o público e sistemas que não parecem atualizações ultrapassadas.

Pokémon Legends: Z-A é um passo à frente… em um corredor muito estreito. Funciona, vende, diverte. Mas também destaca as deficiências: técnica conservadora, narrativa tímida e pouca ousadia.

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