Em um mundo onde as redes sociais disputam cada segundo da nossa atenção, a Meta decidiu ir além: eliminar completamente o criador humano do processo. O Vibes, seu novo experimento de IA, é como o TikTok, mas os vídeos não são gravados por ninguém. Literalmente.
Tudo é gerado por máquinas que transformam texto em vídeos virais. A pergunta inevitável é: isso nos empolga ou nos assusta?
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O que é o Vibes e por que a Meta acha que você vai usá-lo?
A Meta não quer ficar de fora do boom da inteligência artificial generativa. Por isso, acaba de lançar o Vibes na Europa, uma nova seção dentro do seu aplicativo Meta AI que funciona como uma rede social de vídeos curtos... mas com uma diferença: nenhum conteúdo foi gravado com uma câmera. É tudo obra de algoritmos.
Inspirado no modelo do TikTok e do Reels, o Vibes permite que os usuários escrevam um texto (um prompt) e recebam um vídeo gerado do zero. Você também pode remixar clipes existentes: mudar o estilo, adicionar música, efeitos visuais ou até mesmo elementos totalmente novos.
O resultado? Uma experiência colaborativa onde a criatividade é compartilhada entre usuários… e processadores.
Um universo visual onde tudo é falso (mas divertido)
O Vibes surge após o boom de ferramentas como o Sora, da OpenAI, que também permite aos usuários gerar vídeos realistas a partir de texto. Mas a Meta quer se diferenciar focando nas redes sociais: o que você cria com IA pode ser compartilhado diretamente no Instagram e no Facebook, como Reels ou Stories. Tudo permanece dentro do seu ecossistema.
A ideia é clara: tornar a geração artificial de conteúdo tão normal quanto gravar a si mesmo dançando. Não se trata mais de mostrar seu rosto ou sua voz, mas de ser inteligente com as palavras.
Parece divertido… até você se lembrar de que existem milhões de pessoas criando conteúdo com alma que pode perder visibilidade para essa onda de “IA viral”.
E o público? Bem… não está tão convencido
Quando Mark Zuckerberg apresentou o Vibes, as reações foram, digamos, pouco entusiasmadas. Comentários como “ninguém quer isso” ou “mais lixo gerado por IA” dominaram a conversa.
Muitos usuários da internet estão cansados do que chamam de conteúdo repetitivo, genérico e sem alma produzido em massa por modelos generativos. A ironia é que, há poucos meses, a Meta havia prometido priorizar conteúdo autêntico e punir criadores de vídeos de baixa qualidade. Então, como explicar esse novo foco em vídeos artificiais e impessoais? Boa pergunta.
A Meta se contradiz… mas os números falam por si
Apesar das críticas, a Meta afirma que o uso de seu recurso de geração de mídia cresceu mais de dez vezes desde o lançamento nos Estados Unidos. Claramente, existe um público disposto a experimentar essas ferramentas, especialmente se elas conseguirem viralizar algo sem nem mesmo pegar uma câmera.
E, claro, onde há viralização, há potencial econômico. A Meta quer se tornar o epicentro da cultura visual gerada por IA, e o Vibes é seu primeiro grande passo nessa direção. O que permanece incerto é se isso inaugurará uma nova era de “cocriação” ou simplesmente mais ruído visual.
A era do criador acabou?
Enquanto plataformas como o YouTube estão endurecendo suas políticas contra conteúdo manipulado por IA, a Meta parece estar dizendo: “Bem-vinda, IA, faça o que quiser!” Isso pode mudar para sempre a linha tênue entre o autêntico e o artificial. Importará se um vídeo é “real” se ele ainda te faz rir, te emociona ou te dá vontade de compartilhar? Com o Vibes, a empresa de Zuckerberg nos lança uma questão inesperada: uma ideia bem executada por uma máquina vale mais do que uma gravação imperfeita feita por um humano?
Conclusão: o Vibes nos aproxima do futuro... ou nos afasta dele?
Vibes é, sem dúvida, um projeto ambicioso. A Meta pretende ser a plataforma onde a criatividade não depende mais de câmeras ou edição, mas de sugestões e algoritmos. Será este o início de uma nova era em que qualquer pessoa pode viralizar simplesmente escrevendo uma frase? Ou apenas mais uma plataforma de conteúdo que ninguém pediu?
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O experimento está apenas começando, e o que está em jogo não é apenas quem faz os melhores vídeos… mas quem os faz: pessoas ou máquinas?

