A Netflix revolucionou a forma como o mundo consome conteúdo audiovisual. Séries, filmes, documentários e reality shows transformaram a empresa em uma gigante do entretenimento. No entanto, sua incursão nos videogames continua a levantar mais questionamentos do que resultados. Por que ela continua investindo em um campo que, até agora, não rendeu resultados evidentes?
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Um catálogo forte, mas com resultados fracos
Para a Netflix, 2025 parece promissor em termos de conteúdo. Entre o fenômeno global que foi “KPop Demon Hunters”, a segunda temporada de “Wednesday” e a despedida de “Stranger Things”, a plataforma tem milhões de visualizações garantidas.
Mas, além do sucesso nas telas, a empresa parece determinada a diversificar seu modelo de negócios. E é aí que entram os videogames.
A Netflix já possui mais de 120 jogos para dispositivos móveis disponíveis, incluindo títulos renomados como “GTA: San Andreas” e outros baseados em suas próprias produções, como “Squid Game: Unleashed”. Ela até começou a oferecer jogos de festa na TV, como “Pictionary: Game Night”.
Mas, de acordo com análise da Omdia, a presença de videogames na plataforma aumentou o tempo de uso do usuário em apenas modestos 0,5%. Um número que, para muitos analistas, não justifica um investimento que já se aproxima de US$ 1 bilhão.
Falta de força ou franquias?
O co-CEO Greg Peters comparou recentemente a situação dos videogames à entrada da Netflix no Japão, um mercado que também levou anos para se consolidar.
Mas o desafio aqui é diferente. Ao contrário da Warner Bros., dona de marcas icônicas como a DC Comics, a Netflix ainda carece de propriedade intelectual com real influência global para transformar seus jogos em fenômenos.
Na verdade, os títulos mais baixados não são desenvolvimentos originais, mas licenças emprestadas. E embora a Netflix tenha adquirido estúdios e desenvolvido jogos, o apelo comercial de suas franquias não compete com os maiores nomes da indústria.
Um público que prefere assistir, não jogar
Outro problema estrutural é o perfil do usuário. Os assinantes da Netflix buscam principalmente uma experiência passiva. Ligam a TV, assistem a uma série e se desconectam. Mesmo jogos mais leves, como perguntas e respostas ou desenho, contrariam essa expectativa.
Como aponta o analista Rob Gallagher, “a proposta de valor para o usuário médio da Netflix é assistir, não interagir”. E mudar esse hábito, por enquanto, parece mais difícil do que derrotar um chefão no modo especialista.
O que a Netflix está esperando?
Além dos jogos, a Netflix tem outra frente: o modelo suportado por anúncios. Esse novo nível conquistou mais da metade dos novos usuários desde o seu lançamento e conta com aproximadamente 94 milhões de assinantes. No entanto, seu impacto na receita permanece modesto.
Apesar disso, os números gerais são positivos. A receita trimestral deve ter aumentado 17%, para US$ 11,51 bilhões, e o lucro líquido deve ter aumentado 27%, para US$ 3,01 bilhões.
O futuro continua em jogo
A Netflix tem clareza de que a diversificação é fundamental para sobreviver em um mercado saturado. Seu compromisso com os videogames não é impulsivo: é estratégico. Mas, a curto prazo, como alertam analistas, ainda não é lucrativo.
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É apenas uma questão de tempo? Ou está tentando encaixar uma peça no tabuleiro errado? É só uma questão de tempo? Ou ele está tentando encaixar uma peça no tabuleiro errado? Streaming e videogames têm algo em comum: ambos sabem que às vezes é preciso perder algumas rodadas antes de vencer o jogo.

