A OpenAI lançou uma bomba que poucos esperavam, mas muitos suspeitavam: o ChatGPT permitirá conteúdo erótico, desde que o usuário comprove sua idade. A decisão foi acompanhada por uma mensagem direta de Sam Altman, CEO da empresa: “Não somos a polícia moral do mundo”.
Clique para receber notícias de Tecnologia e Ciências pelo WhatsApp
Isso marcou uma virada na posição de uma empresa que, há poucos meses, prometeu manter a IA “segura para todos os públicos”.
De dizer “não” a avatares sexuais ao abrir as portas para conteúdo adulto
Há alguns meses, Altman foi enfático: rejeitou qualquer recurso que sexualizasse a inteligência artificial. Na verdade, ele se orgulhava de impedir propostas como “avatares sexuais”, mesmo que isso significasse desacelerar o crescimento de usuários.
Mas os tempos mudam. E, segundo ele, as ferramentas também. Em uma entrevista recente em podcast, o CEO explicou que, graças aos novos sistemas de moderação e monitoramento, agora é possível “relaxar certas restrições com segurança” sem colocar os usuários em risco.
No entanto, a OpenAI esclarece que a mudança não significa passe livre: qualquer conteúdo que promova danos, violência ou atividades ilegais continuará sendo totalmente proibido.
“Tratem adultos como adultos”
A nova política, que entrará em vigor em dezembro, gerou reações mistas. Alguns aplaudem a abertura e a possibilidade de criar mais conteúdo gratuito sob regras claras.
Outros, especialmente organizações focadas em saúde mental e tecnologia, se manifestaram contra os potenciais riscos da sexualização de chatbots.
Altman responde às críticas com uma analogia simples: “É como filmes ou videogames. Há conteúdo adulto, mas com classificação etária. Não queremos incentivar a exposição inapropriada, apenas permitir opções para aqueles que podem usá-las com responsabilidade.”
E menores? OpenAI reforça filtros e controles parentais
O anúncio ocorre em meio a um ambiente regulatório complexo. A FTC (Comissão Federal de Comércio) está investigando a OpenAI por possíveis efeitos adversos em menores, após uma denúncia que vincula o ChatGPT ao suicídio de um adolescente nos EUA.
Para mitigar esses riscos, a empresa implementou sistemas automatizados de detecção de idade e filtros parentais mais robustos. Contas pertencentes a menores de 18 anos não poderão acessar conteúdo sensível, mesmo por acidente.
LEIA TAMBÉM:
Este é o “Robô Phone”, seu novo amigo: o futuro dos celulares com um braço, IA e personalidade
Por que tudo nos afeta mais quando não dormimos? A ciência explica
Um debate aberto (e que está apenas começando)
O que está claro é que essa nova postura marca uma evolução na filosofia da OpenAI. Mais do que uma rebelião moral, parece um compromisso com o equilíbrio entre liberdade e responsabilidade.

