Ciência e Tecnologia

Processo judicial em andamento: ex-executivos da Activision são acusados ​​de enganar a Microsoft

Não apenas eles, mas também seus próprios acionistas

Activision, empresa em Santa Mônica, Califórnia, em 21 de junho de 2023. (AP Foto/Richard Vogel, archivo) AP (Richard Vogel/AP)

Drama corporativo? Uma venda multimilionária? E acusações de encobrimento? A aquisição da Activision Blizzard pela Microsoft por US$ 75,4 bilhões pode ter um capítulo jurídico extra: um juiz de Delaware acaba de autorizar um processo contra ex-executivos da empresa por supostamente jogarem sujo.

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O centro do escândalo: Bobby Kotick

O nome que mais surge é o de Bobby Kotick, ex-CEO da Activision Blizzard, que — segundo os autores — acelerou a venda para a Microsoft para proteger sua posição, sua reputação e receber um bônus multimilionário de mais de US$ 400 milhões.

A acusação vem do fundo de pensão sueco Sjunde AP-Fonden, que representa acionistas que alegam ter sido enganados no processo de venda. O argumento é claro: Kotick e a empresa não buscavam o melhor negócio possível, mas sim aquele que melhor lhes convinha.


A Microsoft também está em apuros?

Ainda não. A juíza Kathaleen McCormick, do Tribunal de Chancelaria de Delaware, rejeitou as acusações contra a Microsoft, afirmando que não havia provas suficientes de que ela participou ativamente da suposta manipulação.

Embora ela tenha reconhecido que a empresa permaneceu passiva diante de alguns sinais.

Resumindo: o processo continua, mas com foco na Activision, não em Redmond.

O acordo foi justo ou uma barganha disfarçada?

Um dos pontos mais controversos do caso é o preço de venda de US$ 95 por ação. Segundo os acionistas autores da ação, esse preço já parecia baixo na época, e com a melhora no desempenho da Activision durante os 21 meses em que durou a aprovação regulatória... parece ainda pior.

O juiz considerou “razoavelmente concebível” que os executivos da Activision tenham aceitado um preço abaixo do ideal para fechar o negócio rapidamente, aproveitando a posição desvalorizada das ações devido a alegações de assédio na empresa.

Alegações de assédio também entram em jogo

O caso também menciona o escândalo de assédio sexual na Activision. Segundo os acionistas, Kotick buscou fechar o negócio rapidamente para evitar que essas alegações afetassem ainda mais o valor da empresa ou o impactassem diretamente.

Os advogados de Kotick negam tudo e afirmam que nenhuma investigação comprovou assédio “generalizado” na empresa. Mas, como a juíza corretamente aponta, agora que a ação foi aceita, o litígio pode começar formalmente. E ela mesma concluiu com uma frase que lembra um videogame: “O jogo começou!”

O que vem a seguir?

Embora já tenha se passado quase um ano desde que a Microsoft concluiu oficialmente a aquisição, este caso pode reabrir feridas internas e trazer à tona detalhes incômodos do processo.

O tribunal agora avaliará se os deveres fiduciários para com os acionistas foram de fato violados e se houve favoritismo, tratamento injusto ou decisões tomadas com interesses mais pessoais do que comerciais.

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A Microsoft, por sua vez, afirma que tudo foi justo e que a transação beneficiou os acionistas. Mas, para a Activision, o julgamento está apenas começando.

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