Exatamente o que faltava ao mundo da tecnologia: a Intel quer fabricar processadores para a AMD, sua arqui-inimiga de longa data. Sim, como se a Coca-Cola tivesse se oferecido para engarrafar a Pepsi ou o Batman tivesse emprestado o Bat-Sinal ao Coringa. Embora possa parecer loucura, o negócio de chips se tornou tão complexo e caro que até os rivais mais ferrenhos estão começando a pensar com suas carteiras (e lógica).
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A AMD conta com a TSMC, uma empresa taiwanesa, para fabricar seus processadores há anos. Mas agora que as coisas estão tensas com a Ásia e os Estados Unidos querem que tudo seja mais “caseiro”, a Intel está levantando a mão e dizendo: “Eu os farei!”
Intel Foundry: a oficina que agora quer clientes VIP
A Intel criou sua própria divisão de manufatura há algum tempo: a Intel Foundry. E está se esforçando bastante. A empresa já atraiu o interesse de gigantes como NVIDIA e SoftBank, e agora está atrás de uma velha conhecida: a AMD.
De acordo com uma reportagem da Semafor (outubro de 2025), já há conversas entre a Intel e a AMD para que futuros chips AMD utilizem nós Intel, como os avançados 18A e 14A. A ideia? A Intel fabrica os chips e a AMD continua projetando seus próprios produtos como de costume.
Agora, embora pareça loucura, elas já colaboraram antes. A Intel usa placas de vídeo AMD Radeon em seus processadores Kaby Lake-G? Bem, a história de “Eu compito com você, mas também uso você” não é tão nova assim.
Por que agora?
Porque os tempos mudaram. Com os custos aumentando, as tensões geopolíticas crescendo e os Estados Unidos buscando reduzir sua dependência da Ásia, usar fábricas americanas como a da Intel parece cada vez mais tentador.
Além disso, a Intel está investindo uma fortuna em seus nós de próxima geração e quer amortizá-los. A melhor maneira? Fazer com que os rivais também os usem.
E se isso se concretizar?
Se isso se tornar realidade, veremos uma das maiores mudanças na indústria de chips. A AMD continuaria a competir com a Intel em design, mas seus processadores poderiam ser “feitos na casa do inimigo”.
A verdade é que, no mundo dos semicondutores, os inimigos de ontem podem ser os parceiros de amanhã, especialmente se isso lhes poupar milhões e os manter na corrida para dominar o futuro.
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Então, sim: Intel e AMD podem acabar trabalhando juntas. E não, não é um roteiro de filme... embora possa muito bem ser.

