O entusiasmo global pela inteligência artificial generativa (GenAI), liderado por ferramentas como o ChatGPT, levou grandes corporações a investir bilhões de dólares em sua adoção. No entanto, um novo estudo do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) foi um balde de água fria, concluindo que a grande maioria desse investimento não está produzindo resultados.
Clique para receber notícias de Tecnologia e Ciências pelo WhatsApp
O relatório, intitulado The GenAI Divide: State of AI in Business 2025, conclui que apenas 5% dos projetos-piloto de IA generativa em grandes empresas conseguem gerar um impacto positivo e mensurável na receita. Os 95% restantes das iniciativas estagnam na fase de testes, sem se traduzir em transformação efetiva dos negócios ou em um retorno real sobre o investimento.
O estudo estima que as empresas alocaram entre US$ 30 e US$ 40 bilhões para IA generativa. Esse gasto massivo não está sendo capitalizado porque as empresas estão aplicando a tecnologia de forma superficial ou estrategicamente incorreta.
As três principais falhas que explicam o fracasso
O MIT aponta que a tecnologia em si (modelos de IA) não é o problema, mas sim a incapacidade das organizações de integrá-la e gerenciá-la. Os pesquisadores identificam três principais barreiras que impedem as empresas de superar a “lacuna da IA generativa”:
- Falta de integração e aprendizado: A maioria dos sistemas de IA implantados não tem a capacidade de se adaptar ao contexto ou se integrar profundamente aos frágeis processos de trabalho diários das empresas. Isso cria uma “lacuna de aprendizado” para as ferramentas.
- Adoção lenta: Grandes corporações são significativamente mais lentas do que empresas de médio porte. Enquanto pequenas e médias empresas conseguem implementar totalmente uma solução em uma média de 90 dias, grandes empresas levam nove meses ou mais, perdendo impulso e valor.
- Viés de investimento: Aproximadamente 70% do orçamento da GenAI está concentrado em funções como Vendas e Marketing. O MIT alerta que isso é um erro, pois o ROI mais expressivo é encontrado em áreas administrativas ou de back-office (finanças, compras), onde a automação elimina custos diretos e terceirização.
IA Sombra e a Chave para o Sucesso
O relatório também destaca a existência da “IA Sombra”, um fenômeno em que os funcionários usam ferramentas externas como o ChatGPT por conta própria para melhorar sua produtividade individual. Isso demonstra o interesse e a utilidade da tecnologia, mas ressalta a falta de uma estratégia corporativa clara e coordenada.
Em uma descoberta reveladora, o MIT indica que projetos implementados em colaboração com parceiros tecnológicos externos são duas vezes mais bem-sucedidos do que desenvolvimentos internos. Isso sugere que as empresas mais bem-sucedidas não estão reinventando a roda, mas sim buscando parceiros que já tenham a experiência e o conhecimento para mapear, implementar e escalar soluções de IA com precisão.
LEIA TAMBÉM:
Sim, é verdade: o Windows 7 está sendo ressuscitado enquanto o Windows 10 está prestes a dizer adeus
Microsoft nomeia CEO para liderar negócios comerciais, Nadella se concentrará em tecnologia
Concluindo, a IA não é uma solução mágica para problemas organizacionais preexistentes. Para fazer parte dessa taxa de sucesso de 5%, as empresas devem parar de ver a IA como um truque de marketing e, em vez disso, integrá-la como um mecanismo de aprendizagem e adaptação em seus processos mais essenciais.