Ethan Zuckerman, o programador e especialista em mídia digital a quem se atribui a invenção do anúncio pop-up, pediu desculpas publicamente por criar um dos formatos de publicidade mais irritantes da história da internet.
Em um ensaio publicado originalmente na The Atlantic, Zuckerman, que trabalhou para o serviço de hospedagem Tripod.com na década de 1990, explicou o contexto de sua invenção: “Eu escrevi o código para fazer a janela do anúncio abrir na página. Sinto muito. Nossas intenções eram boas.”
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A boa intenção que se transformou em um fiasco
O anúncio pop-up nasceu como uma solução para proteger as marcas dos anunciantes. Zuckerman conta que a ideia surgiu quando uma grande empresa automotiva se preocupou em ter comprado um banner em uma página com conteúdo controverso. A solução foi criar uma janela de anúncio separada, que não estivesse diretamente associada ao conteúdo da página visitada.

No entanto, o que foi concebido como um mecanismo de proteção de marca rapidamente saiu do controle e se tornou uma ferramenta invasiva que arruinou a experiência de navegação de milhões de usuários.
O modelo de publicidade, um “pecado original”
Além de seu pedido de desculpas pessoal, Zuckerman aproveitou esse momento de reflexão para criticar o modelo de negócios da internet, que ele chamou de “pecado original da web”. Segundo o especialista, a decisão de tornar a publicidade o modelo padrão para apoiar conteúdo gratuito, involuntariamente, levou à vigilância do usuário se tornar o padrão.
Hoje, embora os navegadores tenham desenvolvido bloqueadores de pop-up que reduziram significativamente o problema, a história dessa invenção serve como um lembrete de como as decisões tomadas no desenvolvimento tecnológico podem ter consequências imprevistas e duradouras na experiência digital dos usuários.

As observações de Zuckerman em 2014 são um lembrete de que, mesmo com boas intenções, as inovações tecnológicas podem evoluir de maneiras que afetam negativamente o ecossistema digital, gerando um debate sobre o futuro da monetização online.
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Você acha que a internet pode realmente evoluir para um modelo que não seja baseado em publicidade e vigilância?

