A SpaceX passou de uma promessa duvidosa a uma mina de ouro para o ecossistema de Elon Musk quando a Starlink decolou. O surpreendente não é apenas a reviravolta, mas o fato de o próprio Musk tê-la delineado há 22 anos: tornar o acesso ao espaço mais barato com a reutilização e sustentá-lo com um enorme negócio em órbita.
Clique para receber notícias de Tecnologia e Ciências pelo WhatsApp
Hoje, com milhares de satélites operacionais e centenas de pousos bem-sucedidos, essa visão parece menos ousada e mais inevitável.
Em Stanford: A Semente da Reutilização
Em uma palestra em Stanford em 2003, Musk sugeriu que o custo exorbitante dos lançamentos vinha de “jogar fora o avião após cada voo”. A solução, disse ele, era projetar foguetes com primeiros estágios reutilizáveis.
Essa ideia — que na época soava como ficção científica — tornou-se o pilar técnico da SpaceX.
Pouso para Salvar: O Efeito Falcon 9
A teoria chegou à pista: só em 2025, a SpaceX ultrapassou 400 pousos bem-sucedidos de estágios do Falcon 9. Essa reutilização reduziu drasticamente o custo por lançamento e impulsionou a empresa ao topo do mercado comercial. O resultado prático: mais missões, mais rápido e por menos dinheiro.
O “Aplicativo Matador” que Faltava: Starlink
Musk também previu que um aplicativo comercial gigantesco seria necessário para suportar tantos lançamentos em órbita. A Starlink preencheu esse papel.
Com uma constelação que já ultrapassa 7.500 satélites, o serviço de internet via satélite oferece internet de alta velocidade para mais de seis milhões de usuários, mesmo em áreas remotas onde a fibra óptica nunca chegará.
De Produto a Peça Geopolítica
O alcance da Starlink tornou a SpaceX um player poderoso no cenário internacional: sua rede tem sido decisiva em situações de guerra e emergência, e trouxe à tona um novo tipo de infraestrutura crítica que não depende dos antigos modelos de telecomunicações terrestres.
Marte no Horizonte: Starship como o Próximo Salto
A obsessão de Musk desde 2003 — retornar a humanidade a um mundo multiplanetário — agora se reflete na Starship, um sistema de 120 metros projetado para transportar carga e, posteriormente, pessoas. O plano: uma primeira missão não tripulada a Marte em 2028 como precursora de assentamentos sustentáveis.
Por que essa previsão é importante hoje
A combinação de reutilização e casos de uso massivos não apenas financiou a visão espacial da SpaceX: também redefiniu as expectativas de custo, cadência e viabilidade para toda a indústria.
LEIA TAMBÉM:
YouTuber tenta recriar tecnologia do século passado: um disquete
Essas lutas de Dragon Ball foram tão inúteis quanto memoráveis
Se a Starship replicar esse ciclo virtuoso em uma escala maior, o acesso profundo ao sistema solar poderá deixar de ser algo excepcional e se tornar uma rotina.

