Ciência e Tecnologia

Clipes de videogame estão sendo usados ​​para vídeos falsos no conflito Israel-Irã

Os videogames estão a serviço da desinformação

Imagem do videogame Arma 3 BOHEMIA INTERACTIVE (BOHEMIA INTERACTIVE/Europa Press)

Infelizmente, o conflito entre Israel e Irã continua a se intensificar, com ataques aéreos, ameaças cruzadas e, claro, uma guerra paralela travada na internet: a da propaganda. No entanto, o curioso é que, nessa batalha, tanques e mísseis podem ser virtuais. Literalmente.

ANÚNCIO

Clique para receber notícias de Tecnologia e Ciências pelo WhatsApp

Em 13 de junho, Israel lançou uma ofensiva aérea contra alvos nucleares e militares no Irã. O ataque deixou um saldo trágico, com dezenas de mortos, incluindo cientistas e altos funcionários. O Irã respondeu com mísseis e promessas de uma retaliação contundente.

E ali mesmo, em meio a essa tensão, começou a circular um vídeo que supostamente mostrava forças iranianas abatendo um avião israelense. A cena parecia saída de um filme. Mas não: era de um videogame.

O que parecia um ataque real... era um jogo de Arma 3

O vídeo apareceu pela primeira vez na agência de notícias iraniana Tasnim, afiliada à Guarda Revolucionária Islâmica. E viralizou em canais de mensagens e redes sociais, acompanhado de frases como “Abatemos um avião israelense” e supostas imagens do piloto capturado.

Mas um olhar mais atento foi suficiente para notar algo estranho: os gráficos eram perfeitos demais. Acontece que as imagens eram do Arma 3, um simulador militar famoso por seu nível de realismo visual. Na verdade, o avião mostrado nem é israelense — é russo.

As Forças de Defesa de Israel negaram rapidamente. “Nenhuma aeronave israelense foi abatida”, afirmaram, e garantiram que todos os pilotos retornaram em segurança.

ANÚNCIO

Esta não é a primeira vez que isso acontece

O uso de imagens de videogames como propaganda não é novidade. Outro vídeo que também circulou mostra um suposto F-35 israelense sendo interceptado por mísseis iranianos.

Mas essa filmagem também não é real: ela vem do War Thunder, outro jogo militar com gráficos hiper-realistas. Na verdade, foi originalmente publicada no YouTube por um fã do jogo, muito antes do conflito.

Tanto o Arma 3 quanto o War Thunder foram usados ​​em outras guerras recentes, como o conflito entre a Rússia e a Ucrânia, ou os confrontos entre Israel e o Hamas.

A Bohemia Interactive, criadora do Arma 3, lamenta profundamente que seu jogo esteja sendo usado para enganar o público: “Estamos desanimados ao ver o jogo que todos amamos sendo usado dessa forma.”

Como saber se um vídeo de guerra é falso?

A equipe da Bohemia Interactive compartilhou algumas dicas para ajudar você a detectar se um vídeo de guerra é real ou uma animação tirada de um videogame:

  • Baixa qualidade: Muitas vezes, são desfocados intencionalmente para ocultar detalhes do jogo.
  • Ambientes noturnos ou escuros: É mais fácil esconder erros visuais.
  • Som pouco ou nenhum realista: Os efeitos sonoros do jogo podem soar estranhos.
  • Proibido pessoas em movimento: Ainda é difícil para videogames simularem humanos realistas em ação.
  • Elementos visíveis do jogo: como menus, indicadores ou interfaces gráficas.
  • Explosões e fumaça artificiais: Partículas em videogames ainda são limitadas.
  • Uniformes, veículos ou bandeiras incorretos: Às vezes, eles não correspondem aos usados ​​no conflito.

LEIA TAMBÉM:

Inteligência Artificial é “ameaça à humanidade”, diz o Papa

Aqui está o que sabemos sobre o console Xbox de próxima geração

Dizem que o TikTok ainda está vivo nos Estados Unidos graças a Donald Trump... Por enquanto

Com tanto conteúdo circulando, é fácil cair na armadilha. Mas aprender a distinguir entre realidade e virtualidade é mais importante do que nunca.

ANÚNCIO

Tags


Últimas Notícias