A corrida para liderar a inteligência artificial não se desenrola apenas nos laboratórios e escritórios do Vale do Silício, mas também em salas de negociação repletas de tensão geopolítica. Um exemplo claro é a aliança entre a Apple e a Alibaba, duas gigantes da tecnologia que anunciaram com entusiasmo uma colaboração para levar recursos de IA aos iPhones na China.
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No entanto, tudo estagnou. O motivo? A escalada da guerra comercial entre os Estados Unidos e a China, e um nome que continua surgindo: Donald Trump.
De acordo com o Financial Times, o acordo enfrenta obstáculos significativos. As duas empresas planejavam integrar os modelos de IA da Alibaba em dispositivos da Apple na China, uma medida destinada a reverter o declínio nas vendas de iPhones naquele mercado-chave.
Mas o projeto está preso na Administração do Ciberespaço da China (CAC), o órgão regulador responsável por dar sinal verde a essas tecnologias. As tensões entre os dois países não ajudaram em nada. Um acordo congelado por tensões entre potências
Fontes citadas pelo Financial Times afirmam que a aprovação está sendo adiada por “incertezas geopolíticas”. Em outras palavras, o impedimento é mais político do que uma questão técnica ou de segurança.
Isso deixa a Apple em uma posição incômoda: fortemente dependente do mercado chinês, mas cada vez mais limitada pelas decisões de seu próprio governo.
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Enquanto isso, a Huawei avança. A empresa chinesa integrou com sucesso modelos avançados de IA, como o DeepSeek, ganhando espaço com produtos e serviços que já possuem recursos inteligentes que a Apple ainda não oferece naquele mercado.
Apple, sem IA ou margem de erro na China
A Apple já estava atrasada na implementação do “Apple Intelligence”, seu conjunto de ferramentas de IA que inclui acesso ao ChatGPT. Diante da concorrência do Android e das restrições no mercado chinês, esse atraso pode custar caro.
Acrescente-se a isso a recente ameaça de Trump de impor tarifas de 25% sobre iPhones vendidos nos EUA que não sejam fabricados localmente, complicando ainda mais sua perspectiva.
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A WWDC se aproxima, mas as dúvidas permanecem
Com a Worldwide Developers Conference (WWDC) agendada para 9 a 13 de junho, espera-se que a Apple anuncie grandes melhorias em seus sistemas operacionais. Mas, na China, o sucesso dessas atualizações dependerá mais da diplomacia do que da tecnologia.