Ciência e Tecnologia

Estamos brincando de Deus? Cientistas falam sobre a “desextinção” dos lobos terríveis

Suposta extinção dos lobos gigantes desencadeou debates na comunidade científica

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Lobos terrévais Esta foto sem data fornecida pela Colossal Biosciences mostra dois filhotes que foram geneticamente modificados com semelhanças ao extinto lobo terrível (Colossal Biosciences via AP) (AP)

A Colossal Biosciences abriu um guarda-chuva que não parece que irá fechar tão cedo. A empresa de tecnologia afirma ter extinguido com sucesso a espécie de lobo terrível, também conhecida como lobo gigante ou lobo gigante, que desapareceu da Terra há 13.000 anos. No entanto, a comunidade científica descarta essas conquistas, alegando que “o que está morto não pode ser ressuscitado”.

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O que a empresa fez com esses espécimes de lobo? Basicamente, o que eles fizeram foi pegar DNA de um par de fósseis de lobo-terrível: parte do dente de um espécime de 13.000 anos e parte do crânio de um animal que existiu há 72.000 anos.

Eles combinaram isso com o código genético de um lobo cinzento, que é o parente mais próximo dos lobos terríveis, e assim deram à luz três novos espécimes. Eles foram chamados de Rômulo, Remo e Khaleesi, este último em homenagem à famosa série baseada nos livros de George R.R. Martin.

Lobo huargo - foto de Colossal Biosciences
Lobo huargo - foto de Colossal Biosciences

A Colossal Bioscence se gaba em seu site de ter alcançado a desextinção, mas Miguel Pita, PhD em Genética e Biologia Celular pela Universidade Autônoma de Madri, esclarece que a desextinção não é possível segundo os conceitos da ciência como a conhecemos.

“Na realidade, a desextinção, a rigor, não é possível. O que desapareceu não pode ser recuperado como era. O que pode ser feito é uma abordagem genética: uma mistura de espécies extintas e vivas. É por isso que os cientistas preferem dizer que a desextinção, como tal, é impossível”, disse Pita à National Geographic.

“Há duas razões principais pelas quais ‘ressuscitar’ uma espécie extinta é tão difícil. A primeira é básica, mas convincente: o que está morto não pode voltar à vida. Para reviver uma espécie, precisamos começar com algo vivo. Por exemplo, não se pode criar um mamute do zero; é preciso inserir seu DNA em uma célula viva de uma espécie relacionada, como um elefante”, explicou o especialista ao veículo de comunicação mencionado.

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Quanto mais próxima a espécie viva estiver de nós, mais viável será o processo. No caso do lobo-gigante, temos o lobo-cinzento, com genética muito semelhante. Isso permite a inserção de fragmentos de DNA antigo em células atuais. Mas não se trata de um lobo-gigante “puro”, mas sim de um híbrido", observou.

La forma que el creador de Game of Thrones participó en la “desextinción” del lobo gigante
La forma que el creador de Game of Thrones participó en la “desextinción” del lobo gigante X.

Estamos brincando de Deus?

Na semana passada, o CEO da Colossal Biosciences, Ben Lamm, observou que “a China está criando superbebês”. O executivo e bilionário afirma que no gigante asiático “encontraram o gene da inteligência humana” e, por isso, “o estão usando para adicioná-lo aos bebês nascidos desde 2018”.

Sobre essa clonagem animal, Miguel Pita não acredita que estejamos brincando de Deus, embora “esse seja o sentimento”.

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“Na verdade, como eu disse antes, para iniciar esses processos precisamos de uma célula viva. Não estamos ressuscitando nada do zero. Precisamos começar com um lobo ainda vivo e introduzir fragmentos de DNA de um lobo extinto”, observou o geneticista.

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