Ciência e Tecnologia

Por que a Austrália decidiu proibir as redes sociais para menores de 16 anos?

Uma decisão que gerou bastante polêmica

Agencia
Uma jovem utiliza um celular sentada em um banco em Sydney, Austrália, em 8 de novembro de 2024. (AP Foto/Rick Rycroft) AP (Rick Rycroft/AP)

A Austrália tomou uma decisão que não deixará ninguém indiferente: proibir o uso das redes sociais por menores de 16 anos. Anthony Albanese, o primeiro-ministro do país, anunciou que a legislação será apresentada no parlamento na próxima semana e que todos os líderes estaduais e territoriais já deram a sua aprovação.

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Segundo Albanese, esta medida visa proteger os jovens da crescente toxicidade nas redes e da falta de padrões de segurança adequados. “Isto é para as mães e pais. Eles, como eu, estão muito preocupados com a segurança online dos nossos filhos. Quero que as famílias australianas saibam que o governo as apoia”, disse o primeiro-ministro, segundo a BBC.

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Sem exceções: sem consentimento dos pais

Um dos aspectos mais polêmicos da nova lei é que ela não permitirá exceções, nem mesmo com consentimento dos pais. Ou seja, mesmo que os responsáveis legais concordem que seus filhos menores de 16 anos utilizem as redes sociais, a legislação não permitirá.

Esta abordagem foi concebida para garantir que a norma seja clara e aplicável sem ambiguidade. Além disso, as empresas de redes sociais serão obrigadas a implementar medidas para cumprir a lei e impedir o acesso de menores às suas plataformas.

Objetivo e ônus da prova

A Meta, empresa por trás de gigantes como Facebook e Instagram, já levantou a mão para comentar o assunto. Mia Garlick, diretora de política regional da Meta para a Austrália, disse que a tecnologia ainda não atingiu um nível de desenvolvimento que permita uma solução perfeita para controlar o acesso por idade.

“O desafio é que a tecnologia ainda não está totalmente desenvolvida em termos de uma solução perfeita”, disse Garlick em entrevista à Australian Broadcasting Corp., segundo a Bloomberg.

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Garlick também sugeriu que a responsabilidade pela implementação dessas restrições de idade deveria recair sobre os operadores de lojas de aplicativos, como Apple e Google, e não sobre as próprias plataformas de mídia social. “Se cada aplicativo for obrigado a implementar seus próprios controles apropriados à idade, então o fardo recairá realmente sobre os jovens e os pais para cada um dos diferentes aplicativos que um jovem deseja usar”, explicou ele.

Uma etapa necessária ou um excesso de controle?

A medida gerou um debate sobre até que ponto é justo restringir o acesso de menores às redes sociais. Por um lado, a intenção de proteger os jovens de ambientes potencialmente perigosos é louvável, e muitos pais poderão ficar aliviados ao saber que o governo está a agir. Por outro lado, a aplicação de uma proibição tão rigorosa levanta questões sobre a viabilidade e eficácia da medida.

Quão fácil será para as plataformas garantirem que os usuários cumpram as restrições de idade? E que alternativas terão os menores para socializar e aceder a conteúdos online?

Empresas de tecnologia e implementação

As empresas de tecnologia enfrentam um desafio significativo com esta nova legislação. Eles não apenas terão que desenvolver sistemas para verificar a idade dos usuários, mas também terão que fazê-lo sem invadir sua privacidade. Além disso, a medida exigirá um esforço coordenado entre o governo, as plataformas de redes sociais e os operadores de lojas de aplicações.

A lei entrará em vigor 12 meses após a sua aprovação, dando às plataformas tempo para se adaptarem. No entanto, ainda não está claro se este período será suficiente para desenvolver e implementar as soluções necessárias.

A discussão é: Será esta a direção correta para proteger os menores na Internet? Embora alguns considerem que se trata de um passo crucial para salvaguardar o bem-estar dos jovens, outros consideram que se trata de uma medida draconiana e difícil de implementar.

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