A crescente tendência entre os jovens de utilizar inteligência artificial (IA) para realizar sessões de terapia está mudando a forma como eles compreendem e gerenciam suas emoções.
Na plataforma Character.ai, existe o personagem ‘Psicólogo’, que recebeu 78 milhões de mensagens desde sua criação, há pouco mais de um ano. Esse bot e outros 475 na aplicação abordam temas de terapia, psiquiatria e psicologia.
Embora Sam Zaia, o criador de ‘Psicólogo’, não o tenha projetado inicialmente como uma ferramenta terapêutica, os usuários encontraram nele um meio para explorar emoções e encontrar companhia em momentos de solidão.
Este sucesso levou Zaia a participar em um projeto de pesquisa de pós-graduação sobre a atratividade da terapia baseada em IA para os jovens. O treinamento do bot foi baseado em princípios psicológicos para abordar problemas comuns de saúde mental.
No entanto, alguns profissionais de psicologia expressaram preocupação sobre a eficácia desses bots em comparação com os terapeutas humanos. Embora os primeiros possam fornecer respostas rápidas e úteis em momentos específicos, ainda se questiona sua capacidade de coletar informações completas e fornecer terapia competente.
A facilidade de acesso e a privacidade da interação online são fatores que atraem os usuários para esses aplicativos, especialmente em situações de solidão.
À medida que essa tendência se fortalece, o debate sobre a eficácia e ética da terapia digital se intensifica. Enquanto alguns veem os bots como um recurso útil para ajuda imediata, outros alertam sobre suas limitações para emular o pensamento humano e refletir os vieses inerentes aos modelos de IA.
A inclusão de assistentes de IA em ambientes clínicos também está aumentando, embora gere controvérsias.
Character.ai, a plataforma que abriga bots terapêuticos, celebra a conexão e o apoio que eles fornecem, mas também insta os usuários a procurarem aconselhamento de profissionais certificados em psicologia para obter orientação legítima.

