Um grupo de cientistas da Universidade de Duke, nos Estados Unidos, divulgou recentemente o desenvolvimento de um implante que pode auxiliar pessoas a recuperarem a capacidade de se comunicar. A prótese em questão é capaz de decodificar sinais cerebrais, conforme divulgado na revista Nature Communications.
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Segundo informações da Galileu, o anúncio foi realizado na última segunda-feira, dia 6 de novembro e celebrado pelos pesquisadores que participam do projeto.
Um dos principais cientistas envolvidos no desenvolvimento da prótese, Gregory Cogan, é professor de neurologia da Faculdade de Medicina da Duke. Em declaração, ele afirma:
“Existem muitos pacientes que sofrem de distúrbios motores debilitantes, como a Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) ou síndrome do encarceramento, que podem prejudicar a capacidade de falar. As ferramentas atuais disponíveis para permitir que eles se comuniquem são, em geral, muito lentas e complicadas”.
Atualmente, dispositivos de decodificação conseguem traduzir 78 palavras por minuto, sendo que a capacidade de fala natural é de 150 palavras por minuto. Com isso, pesquisadores decidiram aprimorar as próteses disponíveis para fabricar sensores cerebrais de alta intensidade que possam melhorar o desempenho dos dispositivos atuais.
Testes promissores
Os dispositivos desenvolvidos pela equipe foram testados em quatro pacientes que estavam passando por cirurgias cerebrais para tratar de outras condições, e mostram resultados promissores.
“Não queríamos acrescentar tempo extra ao procedimento, então tínhamos que entrar e sair em 15 minutos. Assim que o cirurgião dava o ‘ok’, nós entrávamos em ação e rapidamente o paciente realizava a tarefa”.
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As atividades envolviam ouvir e reproduzir palavras sem sentido enquanto o dispositivo registrava a atividade do córtex motor da fala dos pacientes e coordenava os músculos responsáveis pela fala. Os dados neurais foram inseridos em um algoritmo de aprendizado para analisar a precisão com que o dispositivo pode prever o som emitido, tendo como base apenas os registros de atividade cerebral.
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A taxa de precisão foi de 40%, sendo que algumas letras quando pronunciadas no início das palavras tiveram acertos de até 84%, valor que não se repetiu nas outras 2 letras que compunham a palavra.
Agora, em uma nova fase, os pesquisadores buscam desenvolver uma versão sem fio do dispositivo, que segue sem previsão de ser comercializado.