Ciência e Tecnologia

Bioacústica digital: cientistas estão decifrando o idioma dos morcegos e o das abelhas com IA

Outro avanço da Inteligência Artificial

Murciélago
Morcego (Unsplash)

Em um emocionante avanço científico, os pesquisadores estão usando a Inteligência Artificial (IA) para desvendar a misteriosa linguagem dos morcegos e das abelhas. Este inovador campo de estudo, conhecido como bioacústica digital, está lançando luz sobre como esses animais se comunicam entre si, desafiando nossas percepções tradicionais da comunicação entre espécies.

Como explica Computer Hoy, a bioacústica digital baseia-se no uso de gravadores de campo portáteis que funcionam como microfones miniaturizados e que podem ser estrategicamente colocados em diversos locais, desde copas de árvores até o dorso de baleias e aves.

Através da combinação destes dispositivos com algoritmos de processamento de linguagem natural, semelhantes aos usados por aplcativos como o Google Tradutor, os cientistas estão começando a desvendar a enigmática linguagem dos animais.

Esses dispositivos registram continuamente o som durante 24 horas por dia, gerando enormes quantidades de dados. Posteriormente, os pesquisadores aplicam algoritmos de inteligência artificial para detectar padrões nessas gravações, o que lhes permite iniciarem o processo de decifrar o que os animais poderiam estar se comunicando.


Alguns avanços

Um exemplo destacado vem da pesquisa das abelhas melíferas. Essas abelhas usam sons e movimentos corporais para se comunicarem entre si. Os cientistas identificaram sinais específicos que indicam mensagens diferentes, como perigo ou informações sobre a localização do néctar.

O que torna este avanço ainda mais emocionante é a criação de um "Robobee", um robô projetado para interagir com abelhas reais. Este avanço, que poderia parecer tirado da ficção científica, é uma realidade e abre novas possibilidades na investigação da comunicação inter-espécies.

Abeja
Abelha (Unsplash)

Outro achado particularmente intrigante é que as mães morcegos usam sua própria versão da linguagem para se comunicar com suas crias, modificando o tom de suas vocalizações. Essa estratégia parece ajudar os morcegos jovens a aprender palavras específicas ou sons de referência.

Também há um exemplo fascinante: o estudo dos morcegos frutívoros (que comem frutas) egípcios. O pesquisador Yossi Yovel realizou uma extensa pesquisa, usando um programa de reconhecimento de voz adaptado e analisou mais de 15.000 sons gravados, o que permitiu identificar sons específicos relacionados a interações sociais, como brigas por comida ou disputas por locais para descansar.

Este estudo, juntamente com investigações relacionadas, revelou que as aves podem distinguir entre os sexos ao se comunicarem e usam dialetos regionais. Elas até mantêm um tipo de distanciamento social quando estão doentes.

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